A Lava Jato agora em filme está gerando grande expectativa. A maior ação de combate à corrupção do Brasil virou estrela, levando ao firmamento muitos dos seus pugnadores . Por outro lado, é certo que começa a existir uma meio exaustão do brasileiro em relação às consequências concretas das operações.
Parece que a banalização no noticiário, tem feito uma espécie de “acostumar” das ações. É natural, mas não precisamos perder o foco de que é o combate de uma doença crônica, sistêmica que mina o país há muitos anos. Precisamos continuar apoiando, e, quando necessário, também opinar, posicionarmos acerca das colocação, posicionamento dos possíveis criminosos, investigados nas ações, que sempre, claro, estarão levantando suspeição, gerando desconfiança, pondo dúvidas sobre tudo que é feito. Nesses momentos, precisaremos buscar um discernimento, à medida do possível, isento de admiração, de achismo, para não perdermos na ilusão de que só tem santo nesta empreitada. Claro que não, se de um lado há bandidos, precisando sofrer as consequência de seus feitos, do outros há serem humanos com seus egos, suas vaidades eriçadas.
Alguém já disse, não me ocorre o autor, que é certo que nenhum país do mundo conseguiu até hoje dar fim â corrupção, mas é possível diminuir sua incidência, se um trabalho sério for feito nesse sentido. E se o Brasil pretende ser respeitado, a ponto de ser eleito como membro permanente para o Conselho de Segurança da ONU, terá primeiro que varrer a casa, retirando o sujo grosso, para com o tempo, e nossa reeducação geral, refazermos conceitos, reestruturar padrões de comportamento, a fim de que não sejamos apenas os que cobram, mas que no dia a dia, gostamos de nossos jeitinhos nada ético de conquistar a prevalência dos nossos interesses, nem sempre legítimos e ou éticos. A multinacional KROLL, que se dedica ao cálculo de riscos para os investidores, informa que os dois maiores riscos que um investidor enfrenta hoje no Brasil são: a carga tributária, sempre em ascensão, e a corrupção.
O maior destemor que precisamos ter não está apenas restrito às manifestações nas redes sociais, ao vociferar o absurdo de vermos um ministro do Supremo Tribunal Federal se achando supremo em tudo, atropelando o bom senso do comportamento de um magistrado, agredindo representantes de sua categoria e de outras do serviço público, em entrevista, em total despudoramento que deve cingir o comportamento de um magistrado.
Precisamos, sim, claro reagir, demonstrar a nossa indignação destemidamente, sem sombras de dúvidas, mas o maior combate será sempre a nossa tendência de não olharmos para o nosso umbigo. Precisamos olhar e fazer em nós também as mudanças que esperamos no nosso entorno.
José Medrado
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.