7 Setembro 2016 José Reis Chaves
A palavra maturidade é um substantivo abstrato, que nomeia uma possibilidade de bem entender um processo, situação ou problema, agindo com equilíbrio e ponderação. Vemos, no entanto, que neste momento de polarização política em Salvador, com torcidas para um lado e outro, uma falta de maturidade de muitos defensores de uma candidatura e outra está se revelando pelas redes sociais, em agressões sem sentidos, em um total esquecimento de que liberdade é o direito de se fazer e falar tudo que se quer, nos limites das leis e da boa educação, pois o verdadeiramente livre é aquele que se prende à boa regra de convivência, aceitando o diverso em toda a sua forma de manifestação, independentemente de valores ideológicos ou de qualquer outra formação.
Acredito que o correligionário que não aceita a posição do outro é capaz de não transigir em qualquer área em que prevaleçam formas diversas de se conviver e opinar, pois não consegue aceitar nada que não seja o seu entendimento, querer ou posição. É fato, assim, que sempre será impossível chegar a um consenso sobre qualquer assunto em demanda de discussão, através de opiniões, pois toda opinião não passa de um ponto de vista sobre a realidade, ainda que alguns sejam com base em fatos históricos passados ou recentes.
Dessa forma, depreende-se que a nossa cultura política, no caso, é frágil, falta-nos maturidade democrática para um exercício pacífico de discussões de ideias, sem ataques a protagonistas, muito menos aos seus propugnadores. Precisamos nos encontrar na cultura do respeito à diversidade, de qualquer natureza.
O estímulo à vivência democrática não se faz com apologia da violência, insultos e ofensas aos que divergem de nossas opiniões ou conceitos, posto, há muito já se diz, que tais manifestações são armas de quem não tem argumentos para o convencimento por ideias, em pelejas credíveis que convençam pela força dos argumentos.
Amadureçamos, assim, pela disciplina da convivência, impondo-nos de maneira feliz o bom exercício da busca da maturidade, através de permanentes reflexões acerca dos nossos direitos e deveres.