7 Setembro 2016 José Reis Chaves
Recentemente, Caetano Veloso desagradou aos baianos de um modo geral, quando foi a favor do veto da presidente Dilma às leis dos royalties. A verdade, no entanto, é que o autor de Sampa, não se omitiu em evidenciar a sua preferência com o Estado do Rio, um direito; afinal, ele deve tê-lo em sua preferência. Não questiono o direito à opinião ou mesmo às defesas de ideais pessoais. Estranhei, no entanto, que as grandes estrelas baianas ficaram omissas ou, de repente, não quiseram se expor ao grande mercado consumidor de seu produto que é o Rio de Janeiro. Lamentável.
Relembrando: é a União quem faz a distribuição entre estados e municípios da compensação pela extração do petróleo. A nova proposta seria de alteração no rateio, inclusive nos contratos em vigor. Sendo assim, se a nova lei, caso derrubado o veto que a presidente Dilma já deu, for aprovada, estados e municípios sem extração passariam a receber 21% em 2013, contra 7% e 1,75%, atualmente. Em 2020, essa parcela aumentaria para 27% do total arrecadado. Já para os estados produtores, que hoje recebem 26%, a parcela cairia para 20%, em 2013. Já os municípios com extração receberiam 15%, em 2013, contra os atuais 26,25%, e esse valor chegaria a 45%, em 2020. Naturalmente, que ninguém gosta de perder, mas será que a tal solidariedade alardeada do povo brasileiro não poderia dar exemplo prático? Não seria hora de olhar para as regiões, estados mais pobres da Federação?
O governo do Rio mobilizou, fez passeata, artistas inúmeros por lá presentes, já os governos que seriam beneficiados ficaram só na retórica do “é bom que”, sem qualquer atitude enfática. O da Bahia, por exemplo, não quis desagradar à presidente do mesmo partido, mesmo que todo um Estado perca. Mas volto aos artistas com expressão nacional desta chamada Boa Terra: será que o povo que os fez ter representação nacional não merecia uma defesa, contraponto. Um aqui, outro ali disseram que o Rio estava certo. Tenham paciência! Pois é, pelo sim, pelo não, o rebanho daqui já está apascentado, para que se meter com o que pode se rebelar?