O Instituto Datafolha divulgou nesta segunda-feira (26) uma nova pesquisa de intenção de votos para a disputa presidencial de 2018. Segundo a pesquisa, o ex-presidente Lula (PT) continua liderando as intenções de voto, com 30%, enquanto Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSC) empatam em segundo lugar. Naturalmente, os seguidores, defensores do ex-presidente exultam, regozijam e sentem um gostinho de possível vingança. Bobagens.
O índice de rejeição é superior ao anunciado como vantagem. Além do mais, haverá de se considerar que em um eventual segundo turno todos se unirão em um anti-lulismo. Sem falar, naturalmente, que a efervescência da política muda a cada momento. Apenas para registro: Palocci foi condenado. A sentença saiu nesta segunda-feira (26).
É lamentável, no entanto, que nesta polarização política sem nexo, o atual presidente segue passando vexame fora do país, e aqui vai, digamos, financiando os seus políticos aliados, inclusive baianos. Fazem lista, contam as cabeças de voto em prol da permanência do presidente no poder, após possível forte denúncia da Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF). Tudo isso de uma forma muito natural, tranquila. Ou seja, esses senhores querem evitar que um acusado por crimes seja julgado. É esta a lógica do jogo político no Brasil. Honestamente, eu sinto vergonha alheia no lugar desses férreos defensores, que, em verdade, estão defendendo a própria permanência neste apodrecido poder do presidente Temer. Um governante que está no chão em aprovação popular, na sua ânsia de poder evidencia a sua fraqueza moral, pois a sua permanência só existe por força da associação de seus comparsas.
Mais uma vez, inclusive, uma fatia do empresariado, que vive como vampiro aético, dá mostra que tem uma espécie de poder paralelo na República, visto que o empresário Robson Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirma pretensiosa e arrogantemente: "Todo o empresariado prefere continuar com Michel Temer". Não creio, pois há empresários, sim, que são cidadãos que cumprem as leis, aceitam e vivem a legalidade de um Estado democrático de direito. Achar que um presidente deve continuar apenas para manter uma pretensa estabilidade econômica, sendo denunciado, e com forte indícios de ser um criminoso é de fato evidenciar a falência dos valores morais de um segmento, de forma absoluta.
José Medrado
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.