7 Setembro 2016 José Reis Chaves
Estou na Austrália, aonde vim, em férias profissionais, atender a convite feito pela médium australiana Inge Crosson, para um ciclo de palestras e pinturas mediúnicas. Não posso deixar de registrar que sempre que chego a um lugar não conhecido por mim, busco, de imediato, e isso é terrível pelas consequências, fazer uma comparação com o Brasil.
Fique claro que não sou do tipo que acha que tudo de fora é melhor, não. Mas as coisas saltam aos olhos e não há como não compararmos. A Austrália teve a sua independência aproximadamente na mesma época que o Brasil, logo não são tantos anos de diferença.
O povo australiano é super bem-humorado e hospitaleiro, você se sente logo próximo. A organização do país é primorosa, tudo funciona muito bem. Aqui, as leis funcionam, sem jeitinho ou arranjos. Algumas coisas achei curiosas, por exemplo: você não pode consumir bebida alcoólica em qualquer lugar público, incluindo parques e praias - não pude deixar de lembrar dos sambões regados a tudo no Porto da Barra - em alguns lugares toleram, desde que a bebida não esteja exposta e sim dentro de um saco, ou algo assim... não entendi. As praias têm uma infraestrutura muito boa com estacionamento fácil, banheiros, tudo impecável. Um fato curioso: se você segurar uma pessoa, sem que ela tenha dado permissão, como, por exemplo, separar uma briga, caracteriza constrangimento ou restrição de liberdade.
Aqui, as pessoas andam como querem, ninguém perde tempo prestando atenção a nada; a maledicência, fotografar uma pessoa sem permissão, fornecer endereço ou telefones de alguém sem consentimento, brincadeiras com piadas que possam ter conotação discriminatória de qualquer natureza é tido como invasão da privacidade ou de enquadramento na lei antidiscriminação. As multas são altas. Em algum dia no futuro, agiremos ainda que um pouquinho da mesma forma?