7 Setembro 2016 José Reis Chaves
As redes sociais têm sido um grande manancial de avaliação do perfil de mudança de alguns pontos da sociedade. Através delas, mobilizações são feitas - e espero que continuem, sempre que necessárias -, demonstrando a força não conduzida por interesses inconfessáveis que pode abalar estruturas de poder. Nelas, de outra parte, podemos também auferir a forma de pensar, de se externar sobre a maioria dos temas que dominam a cena social brasileira, no dia a dia. Recentemente, uma amiga holandesa me mandou um documentário que passou na Ned 2, TV holandesa. Nele, o País da Copa, das Olimpíadas é divulgado como um mundo de favelas, criminalidade, polícia e religião, em destaque, com uma certa jocosidade, a evangélica.
Tudo que se vê no Rio, chama-se "dancing with the devil", dançando com o diabo. Muito bom, posto que verdadeiro, ainda que lamentável para nós brasileiros. Pude, assim, acompanhar avaliando os comentários. A minha página no Facebook é acompanhada por mais de 25 mil pessoas, dá, então, para se ter uma certa ideia de um recorte da sociedade.
Pude verificar as manifestações como forma de constatação do que se pensa sobre a visão do Brasil lá fora sem a interferência das políticas nacionais. A maioria testificou que realmente é o que vemos, é o que somos. Chamaram-me a atenção , no entanto, comentários desqualificando a Holanda, outros dizendo que o Brasil é assim mesmo e que aqui é que moramos.
Houve uma atitude bairrista por parte de alguns, o que, naturalmente, embaça a visão de quem precisa avaliar, reconhecer e fazer algo para mudar. Não que necessitemos nos alinhar a conceitos que façam sobre nós, nossa vida. Não é simplicista assim, mas pude verificar que ainda há uma espécie de anestesia para reagir, ao que me parece, tornou-se uma espécie de lugar comum, tipo: "É assim mesmo, pronto". Que pena!
JOSÉ MEDRADO, QUE ESCREVE NA QUARTA-FEIRA