7 Setembro 2016 José Reis Chaves
Gosto de estar sempre revisitando o manancial de sabedoria e conselhos que os mais velhos nos dão, são ensinamentos ricos em simbologias e verdades. Lembro-me, por exemplo, da expressão “espinha ereta” que sempre era proclamada para evidenciar o orgulho da correção, da hombridade, da moral.
Recorri a ela, no último sábado, quando li aqui em A Tarde que os brasileiros gastaram, em 2012, US$ 1,9 bilhão em Nova Iorque, liderando a lista do povo que mais deixou dinheiro naquela cidade, sendo o terceiro em todo o país. Não seria nada demais se a arrogância americana, mesmo necessitando dos nossos reais, não impusesse ainda tantas dificuldades ao visto de entrada.
Pessoalmente, recebo convites de instituições espíritas e não espíritas, principalmente de uma querida amiga, médium americana, Amy Biank, para fazer um périplo de conferências e trabalhos mediúnicos naquelas terras, mas me recuso a sair de Salvador, gastar dois dias para obter um visto. Inclusive porque o nosso Estado teve o desprestígio ou a falta de interesse dos seus governantes de conseguir para Salvador um consulado americano. Recentemente, pude verificar, em matéria pela TV, uma brasileira se ajoelhando diante do consulado americano em São Paulo para ter o seu passaporte, pois iria viajar naquele dia. Lamentável e ridícula essa falta de amor próprio pátrio, a ponto de se submeter a um país que evidencia total desprezo à nossa terra, ao seu povo.
Diante de tantas desqualificações contra o nosso País, fico me perguntando o que, de fato, nos falta para que este gigante fique de pé, com a espinha ereta, sair do seu berço esplêndido para sempre? Seguramente, falta sentimento nacionalista, no melhor do seu alcance, pois parece que está na genética brasileira o individualismo grosseiro, herança do jeitinho brasileiro, que faz com que um criminoso condenado assuma uma cadeira no parlamento, que, em tese, é para elaborar leis que ordenem a legalidade no Brasil. A verdade, infelizmente, é que este é um País onde o mundo ainda não confia, por conta dos seus representantes e do seu povo.