Ultimamente, os noticiários de todas as mídias tiveram em foco de mira situações envolvendo discrepâncias de toda natureza envolvendo religiões. Parecia um ataque orquestrado principalmente ao candomblé. O curioso é que, em pleno século XXI, já há muito presente nos calendários, foram assacadas manifestações vívidas de ignorância, intolerância e extremismo que, ao meu ponto de observação, encheria de ânimo a qualquer neonazistas desses por aí de plantão.
As pessoas não estão se dando limites às suas buscas por notoriedade, mesmo à custa de agressões, mentiras, falácias. Fui revisitar Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX da corrente irracionalista, e um declarado pessimista em sua visão do mundo. Pude refletir sobre algumas pérolas do controvertido filósofo, mas que tudo se ajustava tão primorosamente aos dias atuais, especialmente por estas plagas brasilis, que até parece que ele se fez um repórter investigativo da sociedade em que estamos submersos, de pronto, ao nos depararmos com a satanização dos rituais do candomblé ele diria "o conhecimento é limitado, só a estupidez é ilimitada".
Diante de uns infelicianos da vida, deste clima de impunidade no nosso país, onde em uma Comissão de Constituição e Justiça tem dois condenados pela maior Corte do país, ele falaria que "esse é o pior dos mundos possíveis.". É a realidade que nós defrontamos, onde um clima de indignação se estabelece, invadindo todos os núcleos sociais, até mesmo os das religiões, onde seus prepostos não se sentem nem um pouco constrangidos a mentir, como fizera o tal pastor Feliciano ao atacar a memória de Mãe Meninhinha do Gantois, que nem ele sabia o nome e a chamou de Patuá, afirmando que abençoou, malignamente, uma música de Caetano Veloso, gerando sucesso. Ou seja, o êxito fora de suas pregações é atribuído ao satanás, em sua casa é de Deus. O pior: um sem número de desavisados, desacostumados a refletir tomam como a mais pia verdade.
Os oportunistas fazem carreira em cima de fraquezas da sociedade, vemos tão claramente na política. Apoiam-se na ignorância e/ou carências humanas e fazem os seus discursos para o aplauso, nada importando quem será atendido. Isso fez o vereador Marcell Moraes. Certamente, ele deve estar buscando os abatedouros clandestinos que existem em nossa cidade.
Pois é, diria o preclaro filósofo, que neste nosso País é duro encontrar bom senso "com todas as suas variantes e diferenças, com toda a sua multiplicidade, durante o seu desenvolvimento, a realidade íntima do mundo e do homem é sempre a mesma vontade onipotente; a própria história é sempre a repetição do mesmo acontecimento sob aparências diversas: a vontade de viver determinado sofrimento como condição humana: viver é sofrer", mas eu ajustaria - diante de tanta ignonímia e indignidades que vemos a cada dia por estas paragens.