FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Fracasso espírita

Há pouco tempo, a mídia anunciou os resultados do Censo 2010 sobre as religiões seguidas pelos brasileiros, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa, os adeptos do espiritismo possuem as maiores proporções de pessoas com nível superior completo (31,5%) e taxa de alfabetização (98,6%), além das menores percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com ensino fundamental incompleto (15,0%).

O espiritismo apresentou crescimento desde o Censo realizado em 2000: passaram de 1,3% da população (2,3 milhões) em 2000 para 2% em 2010 (3,8 milhões). Foi o suficiente para que muitos companheiros achassem o máximo. Bobagem. O crescimento foi pífio, levando em consideração que a maior emissora aberta de TV, a Globo, tem massificado temas que, a priori, levariam a um aumento de curiosos em busca do espiritismo. Não vemos, no entanto, nada disso acontecer. Por que?

Não precisa ser “expert” em estatísticas, ou em comunicação e sociologia para registrar que existe uma grande incompetência dos órgãos que se dizem “oficiais” do espiritismo para uma divulgação mais interessante ao grande público. Os eventos que são chamados de divulgação espírita são, em verdade, grandes cultos a personalidades e instituições, fugindo do foco de interesse que deveria ser o público leigo, em si. Fazem-se eventos umbilicais, dirigidos única e exclusivamente ao público já espírita, com formatos retrógrados, que não geram interesse algum ao público conectado na globalização, na web. Os já adeptos vão, pois terão uma oportunidade de convívio com os seus pares, mas, assim mesmo, têm se esvaziado tais encontros e/ou congressos. Alguns exultam com duas mil inscrições, quando deveriam ter eventos com cinco, seis, dez mil pessoas. Aí vem o consolo de fracassos: a nossa preocupação é com a qualidade, não quantidade; o público de espíritos era enorme. Bobagens. Se cremos que temos um grande material de consolo, por que não fazê-lo chegar a quem não o conhece, como instrumento de caridade e assistência?

O movimento espírita está ultrapassado, salvo honrosas exceções que têm atualizado em novas formatações os seus eventos, em forma de conduzir seus estudos e doutrinárias para melhor sensibilizar o público.

Alguns com jactância alardeiam o elevado nível intelectual de seus adeptos; para mim, no entanto, esse é o grande motivo desse crescimento pífio: os esclarecidos estão antenados com o tempo e suas mudanças.

José Medrado
Mestre em Família pela UCSAL
Fundador da Cidade da Luz

José Medrado - Editorial

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