Parece absurdo, mas em plena vigência do século XXI, já em sua segunda década, se nota disputa por valor de verdade de palavras, rituais ou mesmo confissão de fé de quem quer que seja.
É claro que a tão decantada arrogância que apontamos em figuras proeminentes, de todos os ramos da atuação humana, também se notabiliza nas chamadas pessoas simples, que, se vendo municiadas de entendimentos distorcidos de determinados “interpretadores das escrituras”, não permitem que outra, salvo a sua verdade se estabeleça como parâmetro de busca, de consolo, de aninhamento por parte das pessoas.
A nossa Bahia, justiça se faça, acredito que está sendo de grande liderança, principalmente nas hostes católicas, para a disseminação da convivência com respeito, na convergência do comum e no olvidamento do que foge ao igual. Recentemente, por exemplo, guardei grata alegria e curiosidade em conhecer o pároco da Igreja da Vitória, Padre Luís. Primeiro, porque já tinha o compromisso gigantesco de assumir a paróquia que há décadas era conduzida pela lenda viva do monsenhor Gaspar Sadoc, orador inigualável, de mente progressista; depois, por ser de uma comunidade onde a compreensão da vida passa também pela formação do intelecto. Pois bem, padre Luís foi companheiro na celebração do aniversário da Cidade da Luz, em fevereiro, ao lado de mãe Jaciara e do pastor Djalma – o rabino Ariel estava em viagem na Argentina – e foi um encantamento a todos a sua voz suave, de conceitos tranquilos e cristãos.
Surge, então, diante das considerações do Papa, a pergunta: Por que os seus liderados e fiéis da Igreja Católica não o seguem? Guardo a convicção de que as palavras papais são frutos das suas certezas e desideratos, não configurando, de forma alguma, discurso político, como diz o ditado: “para inglês ver”. Não.
Confesso que fiquei surpreso com tais afirmações, pois guardava as referências do Cardeal Ratzinger. Mas, ideias, conceitos são para serem revistos, repensados e mudados. Precisamos estar sempre com esse compromisso conosco e com o mundo em que vivemos, o de estar em sintonia com a sociedade.