Quem é o povo? No último domingo milhares foram às ruas, em protesto, queixas a entendimentos que fazem a cerca do seu bem-estar, de suas famílias, de sei país. Causou-me, no entanto, um nó conceitual em meu entendimento, quando, circulando pelas redes sociais, li muitos dizendo que as manifestações nasceram das elites, e não do povo.
Pesquisas apontaram que a maioria tinha ganhos acima de cinco salários mínimos. Houve até uma foto de um senhor que levava uma babá para cuidar dos seus filhos, manifestação. Fotos outras também surgiram com pessoas supostamente brindando em camarotes no circuito” com champanhe. Em suma, descortinaram casos que evidenciavam que ali estavam possíveis usuários de grife.
Sim, continuei sem saber quem é o povo? Em as enciclopédias virtuais se lê que “- povo é, usualmente, concebido como um conjunto de indivíduos que, num dado momento histórico, constitui uma nação (…), é também o conjunto dos cidadãos de um país, ou seja, as pessoas que, mesmo que se constituindo de diferentes etnias, estão vinculadas a um determinado regime jurídico, a um Estado”. Ora, então toda aquela gente era também o povo brasileiro. Não importando se ganhava x ou y. Eram brasileiros.
Precisamos, já que falamos tanto que vivemos em uma democracia, assimilar que em uma nação democrática todos têm o direito de se manifestar. Não importa a sua condição, de natureza alguma, muito menos a sua ideologia, ou mesmo interesses, desde que dentro do ordenamento jurídico nacional, que exerçam o seu direito ainda que sejam hipoteticamente as maiores “fortunas” do Brasil; têm direito a se manifestar. Logo outros se manifestarão lidimamente na defesa de suas ideologias e anseios, e que exerçam o seu direito, que se respeite esta prerrogativa democrática.
É lamentável a discussão social nacional cair na vaia da disputa de valores bancários, e não de reais ideologias em princípios de realizações, que devem animar os interesses de uma nação.
José Medrado
Mestre em Família pela UCSal e fundador da Cidade da Luz