A desfaçatez de políticos, desconsiderando o interesse público, colocando os seus e de seus grupos, às vezes criminosos, acima de tudo, é sabida e cada vez mais explícita. Vemos que esses últimos governos, inclusive o atual, guardam compromisso com o dinheiro dos empresários, em financiamentos de campanhas, compra de sítios, pagamento de aluguéis de apartamento, mesadas em malas, compra de votos...
para ficarmos só na miudeza. Atualmente, vemos uma prostituição desavergonhada do governo federal, a fim de que o seu comandante permaneça em seu cargo, com portarias, na prática, estimulando o trabalho escravo, perdão de dívidas milionárias e por aí vai, neste vale-tudo. Talvez, e exatamente por isso, vemos um pacto insidioso, maligno contra os trabalhadores e os empresários sérios, em investidas contra a Justiça do Trabalho.
Não satisfeitos com a devassa sobre direitos do trabalhador, agora retornam a artilharia contra a Justiça do Trabalho (penso que em tudo que vimos até aqui, o caminho era exatamente para se chegar a este fim). Ressuscitam um mentiroso mito de que essa Justiça Especializada, que guardo a honra de servir há 36 anos, seja paternalista, e sempre em prol do trabalhador. Mentem cinicamente. Vejamos, em dados oficiais do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia: em 2016 foram julgadas 116 mil ações, em primeira instância, destas, apenas 1,6%, isto mesmo, menos de dois por cento, foram dadas como totalmente procedentes, ou seja, o queoreclamante pediu foi concedido em sua inteireza; 25% extintas sem mérito; 33% procedentes em parte – não se ganhou tudo que pediu; e 31% em conciliação. Como dizer do paternalismo? Como dizer queéuma Justiça contra o capital? É exatamente o contrário, coloca-se como força de equilíbrio e harmonia entre o capital e o trabalho.
Nesta sanha de demolir tudo que seja de interesse público, na defesa, claro, do privado e das engrenagens, muitas vezes, criminosas e inconfessáveis de poder, a Câmara Federal, através de seu presidente, tem planos de extinção da Justiça trabalhista, em manobra bem soturna de favorecimento a determinados segmentos empresariais desonestos, que só visam ao lucro, ao trabalho escravo, à usurpação de direitos. O empresariado sério nada teme, pois sabe dos seus direitos e deveres, diferentemente dos que buscam o ganho fácil e cheio de burlas e golpes. Os trabalhadores e os empresários corretos precisarão ficar atentos, registrar os parlamentares baianos que concordam com essa aberração e partirem para a defesa de seu patrimônio concreto de justiça. Esses senhores, os quais demos os seus empregos, para defenderem os nossos interesses, não podem ser contra o que é do desejo da sociedade. Precisamos reagir.
José Medrado,
Mestre em família pela Ucsal e Fundador e Presidente da Cidade da Luz