A competição é algo natural não só do ser humano, como dos animais, de uma maneira geral. Ela guarda um quê de excitação no espírito humano, próxima a uma droga, narcotizando o conflito em relação a si próprio, mas projetando completamente a batalha ou desafio no outro, defende o psicólogo Antônio Carlos Alves de Araújo.
Mas, sem dúvidas, é uma geradora de vida e força de ideais e conquistas, algumas vezes de submissão. Veremos que os animais disputam, competem por território, por fê- meas, por comida. Os seres humanos por tudo isso e muitas outras coisas. É verdade que a competição vai estimular um sentido de concretização de um desejo, vai gerar metas, fazendo com que possamos dar sempre o nosso melhor na superação de nós mesmo e dos outros, geralmente. Estamos, assim, vendo o governador Rui Costa e o prefeito ACM Neto nesta competição, não apenas por uma liderança política, mas também por suas questões pessoais, cada um nas suas buscas, em suas próprias vaidades. Um ponto, no entanto, de toda esta competição chama a atenção dos baianos, em especial do soteropolitano: quem faz mais pela mobilidade urbana da capital?
A que tudo indica, porém, Neto não está levando a melhor, inclusive com o seu projeto do BRT que desperta críticas de todos os lados, principalmente pelo morticínio de centenas de árvores, muitas seculares. É a busca do exercício do poder, afirmam os estudiosos do comportamento, que se evidenciam as questões emocionais fragilizadas dos seus proponentes, quando ele perde o foco de ideais, e cai na vala da vaidade, no obnubilar do discernimento e do equilíbrio. Aos que buscam, por exemplo, o poder político, sem o compromisso com a sociedade a que servem, só evidenciam um ego destroçado, machucado que precisa a todo custo tero“reconhecimento”, “o carinho” de todos.
O poder democrático não passa pelo radical e autoritarismo, desafiando tudo e todos, mas em escutas sinceras, na busca sempre do melhor para a sociedade. Assim, toda a competição entre governantes será salutar, saudável para suas terras, porém quando vira capricho, disputas pessoais de ego, aí se perde em seu valor intrínseco, transformando-se apenas, os seus disputadores, em meros jogadores de interesses pessoais, em lances narcisistas, longe do povo. A competição, assim, entendo, não é boa, nem ruim, a forma como ela se conduz é queafará para um caminho ou outro.
Entendo, então, em relação às linhas dos tais BRTs, que o prefeito precisa, de fato, alinhar as necessidades do futuro em duas frentes: preservação e modernização, e não no jogo de disputa meramente de egos e sem qualquer atenção ao que a sociedade busca e quer. Qual será o fim deste imbróglio? Ego ou bem comum, veremos?
José Medrado
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.