Ontem me emocionei com a matéria de abertura do Fantástico, um garoto, Damião, 12 anos, filho de uma recicladora, Sandra, mãe de sete filhos, analfabeta e trabalhadora, uma lídima brasileira, daquelas que dá orgulho pela dignidade, altivez e sabedoria de vida. Humilhada na presença do seu filho, em uma agência bancária, porque não sabia escrever seu nome, desperta no seu menino a vontade de ensiná-la a ler. Damião não mede esforços, mesmo também, percebe-se, não tendo grande domínio das letras.
Ele se torna seu professor. A mãe aprende a assinar o seu nome e, segundo ela mesma, passa a exibir a todos a sua recém conquistada habilidade, inclusive providenciou uma nova carteira de identidade, pois a anterior não era assinada. Ao final ele declara, ipsis verbis: “Ela é o tudo: minha paixão, minha rainha, meu coração. Tudo que sei que ela é, ela é. Minha mãe que cuida, me protege (neste momento tenta disfarçar a emoção, e é buscado pela mãe que o cobre de carinho e beijo), e conclui: É. É isso. “.
Não há como não se emocionar com esses brasileiros, que, sim, nos dão orgulho e otimismo em contraponto ao que vemos por estas terras, nos noticiários diários: políticos em conluio com empresários desclassificados mandando diluir leite em água, a dar ovo todo dia, no lugar de carne a crianças em escola pública. Brasileiros como Sandra e o pequeno Damião nos enchem de confiança, que mesmo diante de tantos gatunos, ladravazes ainda se pode ter esperança em uma gente boa e honesta que literalmente do lixo faz nascer uma dignidade que a maioria dos homens da política não têm.
Por outro lado, o pequeno Damião mais uma vez evidencia que a educação é o caminho seguro para um redirecionamento de vida, pois a sua mãe, Sandra, chega a dizer: “Ele me ensinou a ler, daí eu me sinto como se eu mudasse de cidade, de lugar(..) Damião quis dar para mim que eu podia sair daqui, sem sair daqui e conhecer outros “lugar”, por isso que eu me sinto muito feliz”.
Enquanto esses brasileiros fazem a sua história, outros só brigam, difamam por redes sociais, em defesa de equívocos, crimes que os seus defendidos cometeram ou cometem. Vamos lá, deixemos de ideologias convenientes e briguemos por esta gente, verdadeira dona do Brasil. Façamos de fato a nossa parte.
José Medrado
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.