Por favor, alguém poderia me informar o que de fato está acontecendo com os dirigentes da Federação Espírita do Estado da Bahia? Realizam um encontro chamado estadual e só tem palestrantes convidados de outros estados e da Federação Espírita Brasileira. Divaldo Franco não conta, pois não é só da Bahia. Não há palestrante algum em nossa terra que possa participar de um evento realizado pela Federação?
Ela é uma associação, que, a princípio, deveria ser de congregação de todos, posto que há um grupo de instituições adesas que deveriam fazer parte de suas decisões e direcionamento, mas que, na prática, nada disto ocorre. Muito pelo contrário, as manifestações justas, lídimas de seus sócios são desconsideradas, ou melhor, nem ouvidas e mais, tende a gerar desconforto, pois o princípio é: dou ouvidos ao que se diz em consonância com o que pensamos (seus diretores).
Há momentos, e troco muitas ideias com companheiros a esse respeito, que penso que fui lançado fora de órbita, literalmente, pois os tais princípios que deveriam ser norteadores do movimento espírita, e tão proclamados, como: unificação, solidariedade, comunhão só permeiam discursos, mas resvalam quando alguma crítica é lançada ou pontos de vista são distintos.
Recebi algumas fotos do encontro e fiquei triste, perguntando-me onde aquela movimentação toda que havia na década de oitenta? Vi um Centro de Convenções só com pessoas na parte de baixo, mesmo assim sem estar absolutamente lotado. Os acessos sem aquele footing de rodas de amigos. Um evento de iniciativa de uma Federação, que parte do princípio de que tem centenas de centros filiados, adesos, não poderia apenas contar com um número tão diminuto de espíritas, isto é para ações particulares de centros e seus participantes.
Não guardo, de forma alguma, aqui, nenhuma intenção senão a de alertar para uma reestruturação de pensamento e ação da Federação, que faço, inclusive, parte como presidente de um centro filiado, mas que tem demonstrado uma atitude de alheamento geral aos seus sócios, agindo como um centro, uma célula e o pior, sem grande espaço na sociedade. E não adiantam as pregações de sempre, pois na prática está se percebendo uma total inabilidade de se lidar com o diverso, com o plural.
O norte de uma instituição que intenciona ser coordenadora de uma ação conjunta não pode ser singular, precisa ser plural. Plural nas discussões, nas proposituras, nas realizações. O crítico não é um adversário, um inimigo, mas alguém que pontua, no seu direito de sócio, o que não entende, como faço.
Realmente não entendo: não há orador algum na Bahia que atenda ao grau de “exigência” da FEEB, entre os eleitos como amigos?
Há pessoas de boa alma e boas intenções por lá, mas porque uma minoria estreitada conduz os seus destinos?
O movimento espírita baiano agoniza nos bastidores de um passado cheio de pujança e se encaminha para uma morte anunciada, sem cortejo ou carpideiras. Lamentável.
José Medrado
Mestre em Família pela UCSAL
Fundador da Cidade da Luz
08/dez/2010