FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Valores da Dissimulação

Há momentos em que eu me pergunto se vale a pena toda esta vaidade que, em geral, nós pregadores religiosos temos de tentar catequizar as pessoas sobre os princípios doutrinários de nossa religião!

Emproamo-nos todo em falar ou escrever sobre temas “profundos”, onde seremos capazes de impressionar com a nossa cultura e saber, com citações sofisticadíssimas, onde, não raramente, nem nós mesmos somos convencidos por elas, mas foi uma celebridade histórica ou filosófica quem falou, então deve ser o “o” do “bobó” de sabedoria. Muitos lerão e acharão lindo, mas agirão, como dizia minha saudosa mãe, como burros olhando para o palanque, ou seja, não entenderão nada.

 

Presencio, in casu próprio, companheiros espíritas falando e escrevendo estrambolicamente sobre temas tão rebuscados, que me ponho sempre a perguntar: para que vai servir, na prática, isso, uma vez que ela, a prática, é tão cheia de imediatismos, compadrios, para sermos rasos na colocação?

Lembro-me sempre de uma frase de um amigo espiritual da Cidade da Luz, Carlos Murion, quando disse que “em tudo sempre há orgulho e vaidade”. Mas não é mesmo?!

Amigo leitor, digo assim por força de situações práticas que vivenciamos e nos omitimos, pois isto poderá ferir suscetibilidade e queremos ficar sempre em cima do muro, para não desagradar a pessoa alguma e acabamos por desagradar a nós próprios, amargando uma frustração por não dizer o que queremos, por reter a ilusão de que se pode torcer pelo Bahia e Vitória ao mesmo tempo.

Tangenciamos das nossas verdades, pois é cômodo abraçar as verdades alheias, uma vez que já, a priori, aceitas. Será? Principalmente para agradar os que se julgam poderosos.   
É um tal de caras e bocas de evoluído(a) que vemos por aí, que, só à base de plasil para suportar.

Teorias espetaculares, de fazer admirar o brilho das estrelas no firmamento, mas uma prática... ufa! O que vale mesmo é o que eu penso e posso impor, e pronto.

É fato que o mundo está mudando, as pessoas estão mais atentas, observadoras e criticas, e isso tem valido, neste primeiro momento de análise, silêncios tumulares, mas uma ebulição já se percebe nos íntimos das almas; a qualquer momento veremos, por todos os lados e crenças, uma hecatombe de sensatez e registro racional da vida e dos seus reais valores.

Ainda, semana passada, vimos após tantas mentiras viajarem pelas redes da Internet, durante campanha presidencial, uma enxurrada de manifestações preconceituosas contra os nordestinos. Tudo seguindo uma plausível lógica de consequência, quando se vê um permite tudo por parte das pessoas.

Sejamos, então, mais honestos em nossas pregações, escritas e buscas. Vamos deixar de lado o rocambolesco das utopias que só servem para fazer cair o queixo dos menos avisados, reconhecendo uma “cultura extraordinária”, mas que na prática é isopor confeitado, e sejamos mais humanos.

José Medrado
Mestre em Família pela UCSAL
Fundador da Cidade da Luz

 

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